Defesa de Thor entra com recurso para anular condenação

O advogado Ary Bergher, que defende o empresário Thor Batista, entrou nesta segunda-feira (10) com um recurso de apelação junto ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) para anular a sentença de condenação de seu cliente pelo atropelamento e morte do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, ocorrido em março de 2012.

Publicada na última quarta-feira (5), a sentença da juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, determina que Thor terá a habilitação de motorista suspensa por dois anos, terá que prestar serviços comunitários durante o mesmo período e deverá pagar uma multa de R$ 1 milhão.

Thor Batista (Foto: henrique oliveira/ foto rio news)
Thor Batista (Foto: henrique oliveira/ foto rio news)

“O recurso de apelação tem efeito suspensivo. Ou seja, até o julgamento dele, a sentença não será cumprida”, informou Bergher a QUEM, completando que a previsão para que o julgamento do recurso ocorra é de dois meses.

O advogado entrou com o recuso por considerar injusta a sentença da juíza. Para ele, a magistrada não considerou em sua sentença os laudos periciais anexados ao processo que garantem que o empresário dirigia entre 100 e 115 km/h na ocasião do atropelamento.

“Ela desprezou a prova técnica e escolheu o que melhor lhe convinha para condená-lo. A prova técnica é precisa. Uma testemunha não consegue precisar velocidade como um cálculo faz”, reclamou. “O único crime do Thor é ser rico”, completou.

Na sentença, a juíza ressaltou a fortuna do pai de Thor, Eike Batista, e justificou que o jovem empresário criou riscos na estrada tendo como base as provas técnicas, os depoimentos de testemunhas e o interrogatório feito a ele.

Multa
Paralelamente, Thor terá que responder a um processo por quebra de confidencialidade. A defesa da família de Wanderson deu entrada no processo na sexta-feira (7). Após o acidente que vitimou o ciclista, as famílias de Thor e Wanderson chegaram a um acordo financeiro no intuito de tentar minimizar a tragédia.

A mulher e a tia da vítima receberam R$ 1 milhão de reais. O acordo, no entanto, possuía uma cláusula de confidencialidade. Quem divulgasse o teor do documento teria que pagar uma multa de R$ 500 mil. No final de abril, quando foi prestar depoimento à Justiça, Thor contou sobre o acordo e o valor.

“Além de ter contado, a defesa de Thor incluiu nos autos o acordo financeiro que já havia sido sacramentado. Isso não era necessário, mas como foi incluído, eles deveriam ter tido a cautela de pedir segredo de justiça para o processo, o que também não foi feito. O processo e , consequentemente, o acordo tornaram-se públicos”, explicou o advogado da família da vítima, Cléber Carvalho. Ele também vai entrar com um processo por danos morais, mas a documentação para essa ação judicial ainda não está finalizada.

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